sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Nos Bastidores do Pink Floyd


Uma banda psicodélica que perde o seu líder/compositor/vocalista e começou a produzir discos fantásticos chamados, discutivelmente, de progressivos e, aos poucos, vai ter um líder/centralizador/ditador que saí achando que a banda não sobreviverá. Uma guerra judicial longa, farpas pela imprensa, reencontros inesperados e pelo menos quatro discos clássicos absolutos. O Pink Floyd continua sendo, das bandas mais famosa, a menos “conhecida”. O livro “Nos Bastidores do Pink Floyd” de Mark Blake preenche um pouco essa lacuna.

Quase metade é dedicada ao início da banda e seu principal nome até aquele momento, Syd Barrett. Tudo é muito detalhado, às vezes até dia-a-dia, o que o deixa um pouco cansativo para aqueles que são iniciados. Ao passar esse momento, o livro começa a cobrir o tempo de maneira mais espaçada. A década de 80, 90 e o século XXI possui pouco menos de 150 das 348 páginas.

Mas é justamente na parte final que está o material mais interessante. Os anos entre The Final Cut e A Momentary Lapse of Reason são os mais complicados quando pensamos num livro com a palavra “bastidores” no título. Como Gilmour e Mason superaram a saída do principal compositor e tomador de decisão e levaram o Pink Floyd a um patamar acima do que já vivenciava? Esse tema ainda é pouco explorado, mesmo estando mais próximos cronologicamente que o lançamento do clássico absoluto Dark Side ofThe Moon (já bem explorado) ou o mistério sobre a vida de Syd. Soma-se a isso, os bastidores de como Roger Waters, o líder e condutor de obras como Animals e The Wall caiu no ostracismo.

Um ponto alto dessa biografia é tratar dos seus cinco membros mesmo quando eles não estão trabalhando dentro do Pink Floyd ou saíram da banda. O livro desmancha estereótipos. Afinal, para Blake, o pobre Syd não era tão pobre assim, Wright não foi tão coitadinho, Waters preencheu uma lacuna necessária, Gilmour tem um grande ego e Mason mais interesses em curtir do que trabalhar. A panelinha dentro da banda que separava os músicos Gilmour e Wright dos “arquitetos” Waters e Mason é bem explorada e elucidativa para entendermos o comportamento de cada um. As discussões antagônicas entre os fãs de Waters x fãs de Gilmour poderiam ser melhor subsidiadas com esse livro. 

O livro termina como começou: com uma reunião improvável da banda!

Recomendado tanto para iniciantes como para quem quer se aprofundar no que sustentou uma das mais importantes bandas de todos os tempos. 

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Revisitando a Londres de 2002!

Hoje eu fui à Inglaterra, mais precisamente Londres. Fui rever os lugares que marcaram tanto meu ano de 2002.
Acho que desde que “me entendi por gente” que quis conhecer Londres. Era a cidade do Pink Floyd! Foi a cidade em que os Beatles se estabeleceram depois de sair de Liverpool. A cidade da Mi5 (a sede do James Bond) e da melhor música já feita! Pelo menos eram essas as minhas referências de adolescente.
Houve um tempo em que meu maior sonho era conhecer Londres. Era o sonho da minha vida! E eu o realizei aos 24 anos. O que a gente faz com o resto da vida depois que realiza o maior sonho aos 24 anos? Se você tem menos que 24, pode ter certeza que outros sonhos virão...
Mas hoje eu revi de perto a Battersea Power Station (a foto do disco Animals do Pink Floyd), revi Picadilly Circus, fui ao British Museum e o Stick Fingers Café em Chelsea! Atravessei novamente a Abbey Road com uma roupa parecida com a do meu Beatle preferido. Fui novamente a Greennich, London Bridge, Kew (onde trabalhei) ... Mas me emocionei mesmo revendo a casa em que morei por seis semanas...
Num dos momentos mais audaciosos da minha vida, fotografei uma rua que fazia uma curva... Mas em 2002 tirei a foto antes da curva terminar e não vi o que haveria depois dela. Jurei pra mim mesmo que aquilo me motivaria a ir à Londres novamente... 
Bom, na realidade fui à Londres quase dez anos atrás, mas virtualmente (Deus abençoe o Google Maps) fui hoje... Quanta coisa boa tem em Londres... E quanta vontade de ir lá (realmente) novamente... 





domingo, 12 de agosto de 2012

Papai te espera!


Na espera de uma criança, as atenções estão na mãe, claro. Ter todas as mudanças no corpo e carregar uma criança se formando requer muita atenção. Nesse sentido, o pai é sempre coadjuvante, claro. Mas o que poucos pensam (inclusive os homens) e, menos ainda falam (principalmente os homens) é como a gravidez muda a perspectiva masculina sobre a vida.

Isso tem um significado ainda maior quando se espera uma menina. Afinal, o mundo feminino é sempre um mistério para o homem e ele tem que se preocupar em criar uma pessoa desse mundo. Tarefa difícil que eu ainda não sei como será...

As mudanças não acontecem no meu corpo, mas na minha mente. E, desde que a médica disse “é uma menininha” que olho para as mulheres com outros olhos.

Toda vez que vejo uma menina (em qualquer idade, até mesmo adulta), fico imaginando como será a minha. Como será meu bebê, como será minha criança, como será minha adolescente? No dia que se celebra a paternidade (deixemos as razões mercadológicas de lado), não há assunto mais relevante pra mim.

Em três meses minha menina virá ao mundo, ela não está dentro do meu corpo, mas está tão presente dentro de mim como qualquer órgão vital. Ela simplesmente funciona e se não funcionar, eu deixo de existir.

Papai te espera minha Ana!

terça-feira, 7 de agosto de 2012

Chico tá Chato


A obra musical de Chico Buarque está chata! Seus discos mais recentes são tecnicamente irretocáveis, mas insossos em quase sua plenitude. Como um ícone, Chico é inquestionável, irretocável. Ninguém “ousa” falar mal de Chico... Acho que a devoção (merecida) do público o deixou acomodado...

Desde o disco Francisco (1987), que escuto um Chico que não me agrada. São letras acima da média, claro, mas falta alguma coisa... Não sei se essa coisa ficou nos seus mais frequentes livros... Não sei... E o instrumental? Cada nota perfeitamente colocada, todos os instrumentos harmoniosamente... chatos! Nem mesmo seus discos ao vivo conseguem quebrar o tédio que sua música apresenta... Falta emoção!

O Chico visceral que tratava de relacionamento, cotidiano, política, saudade com letras, melodias e arranjos cheios de emoção, parece não existir mais. Ele até está cantando melhor que antes... 


Claro que dentro da MPB ele ainda produz coisas interessantíssimas (sinal que não estamos bem), mas quando eu comparo Chico com Chico. Prefiro Chico mais "antigo", quando Chico era mais Chico, agora, Chico tá Chato




Pode ler também

Related Posts with Thumbnails