sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Ei Phd, volta pro primário...


Vim fazer um PhD e fui parar no primário! É bem assim que tenho me sentido nas últimas duas semanas...

Por conta da escolha de fazer doutorado no Canadá, preciso aprender a falar francês. Aprendi a falar português, claro, mas as primeiras palavras chegaram ao meu cérebro nos longínquos anos 70. De modo que sem um processo de hipnose não vou lembrar como. Desenrolo inglês, mas nem lembro a primeira vez que comecei a falar, provavelmente era alguma letra de música nos anos 80.

Então eu não sei como aprender um idioma. É isso! Já vi filmes (os franceses são malucos, mas ótimos), ouvi música (rock em francês não rola) e estou prestando atenção no que as pessoas falam. Mas nas primeiras aulas – nível elementar – lembrei do meu ensino primário (atualmente com um nome mais pomposo – Ensino Fundamental I), quando aprendíamos a conjugar os verbos “ser”e “estar” nas aulas de português ou o verbo “to be” nas aulas de inglês. Todo mundo já passou por isso...

É uma sensação estranha, fico me perguntando Por que não fui pra Portugal? EUA? Inglaterra? Até mesmo aqui no Canadá, com tantos lugares falando inglês, vim pro único que não fala! Em Quebec deve se falar mais francês que na própria França! Todo mundo fala, parece até fácil... Quem sabe eu aprendo no primário!

Oh God, Oh Deus... Non... Mon Dieu!

segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Praticando o desapego ou Just Let It go


Na belíssima música Watching The Wheels, John Lennon canta “as pessoas dizem que sou louco, fazendo o que estou fazendo e me dão todo tipo de alerta para me salvar da ruína”. Foi bem assim que me senti nos dias que antecederam minha viagem.

Afinal, deixei uma vida confortável para ir a um país gelado, com idioma que não conheço para escrever uma tese. De fato, quando penso assim, me acho um louco também.

Saí da minha zona de conforto com minhas coleção de CD’s e DVD’s, livros, minha TV enorme, o home theater, o computador, o bluy-ray e uma bicicleta que foi meu hobby nos últimos meses. Desmanchei meu lar! Mas acho que o conforto nos deixa anestesiados e assim ficamos estagnados. Precisamos da pressão para crescer. Foi difícil encaixotar tudo, tirar as cordas do violão, vender o vidogame e cancelar a TV por assinatura. Agora estou em um quarto da residência universitária, confortável, é verdade, mas nem de longe se parece com o que tinha. Porém acredito que ninguém cresce como pessoa sentado num sofá em frente a uma televisão.

A paisagem que agora vejo pela janela não é mais uma ensolarada rua, mas toneladas de neve amontoada nas calçadas. Aqui não sou "O professor", sou mais um dos milhares de alunos. Troquei o conforto do ar condicionado no semiárido pelo aquecedor da zona temperada. Mas como dizia o sábio Lennon na música já citada “eu apenas tenho que deixar passar”. 

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