sábado, 30 de dezembro de 2017

Top 10 - 2017

Nas imagens:
Atômica - bateu vontade de voltar aos anos 80.
Baby Drive - Edgar nunca erra.
Bingo - mais um vez eu queria voltar aos anos 80.
Blade Runner 2049 - continuação como deve ser uma continuação.
Extraordinário - tocante sem ser piegas.
It - ainda prefiro a primeira adaptação, mas essa foi excelente.
Logan - o melhor filme do ano.
Mulher Maravilha - Gal para sempre.
Planeta dos Macacos - A guerra - terceira parte como deve ser.
Sing - entrou no meu top-5 direto.

Na música:
Eletric Light Orchestra - Mr Blue Sky (Uma obra prima do pop)
Stevie Wonder - Faith (A genialidade intocável do mestre)
Peter Gabriel - Solsbury Hill (Dos idos passado ao presente)
Nando Reis - Coração Vago (Porra, Nando Reis, assim me lasco)
Steve Miller Band - The Joker (Que bobeira demorar tanto pra apreciar essa música)
Metallica - Master of Puppets (A preferida da minha mocinha)
À Palo Seco - Ednardo (Pra mim, a melhor versão)
Wander Wildner - Bebendo Vinho (Nas noites de cerveja)
Tecnicolor - Os Mutantes (Mais uma pérola escondida)
Jackson 5 - I Want You Back (Cat Noir será sempre uma piada interna)
Menções honrosas
Jason Mraz - I'm Yours (Eu nem gosto, mas como minha menina adora, escutei bastante)
Imagine Dragons - Warrios (Valeu, Mulher Maravilha)
Flletwood Mac - Get Your Own Way (Valeu, James Gunn)

Nas letras:
A Infância no Brasil - José Aguiar - um soco em todos os lugares.
Crise de Identidade - Brad Meltzer - Heróis adultos.
DC Nova Fronteira - Darwyn Cooke / Dave Stewart - que quadrinho fantástico.
Gotham DPGC - Ed Brubacker / Greg Rucka - Quatro volumes de uma(s) história(s) excelente(s)
Moby Dick - Christophe Chabouté - que narrativa fantástica.
Nova York - Will Eisner - Tocante, como sempre.
Pavões misteriosos - André Barcinski. Um livro delicioso sobre música brasileira.
Retalhos - Craig Thompson - a beleza de se contar uma história em quadrinho.
Ruínas - Peter Kuper - quero ir ao México.
Viva a revolução - Robert Crumb - subversão nível hard.
Menções honrosas
DC Universe Renascimento - Geoff Johns - um recomeço.

Verões felizes - Zidrou / Jordi Lafebre - porque nenhuma família é igual. 

terça-feira, 19 de dezembro de 2017

Quando o ser nerd perde sua essência

Eu até comecei a achar legal ser chamado de nerd depois dos 30 anos. Passava-me a impressão que finalmente eu poderia ver e vivenciar coisas que sempre quis desde adolescente, mas não podia por questões financeiras e porque simplesmente não tínhamos uma indústria cinematográfica tão prolífica para esse público.

Tantos filmes de heróis; a minha redescoberta dos quadrinhos; as vestimentas e acessórios cada vez mais acessíveis; o home vídeo, youtube e os streamings fizeram crescer a ideia de uma leveza no escapismo do cotidiano tão áspero. Pelo menos, era assim que eu imaginava. Pensava em assistir o novo filme dos Vingadores; discutir que gosto desse novo Superman, mas preferia o antigo ou qual série tem mais impacto na cultura pop.

Para mim, a cultura nerd seria a celebração das igualdades e diferenças, mas depois de alguns meses observando o comportamento de algumas pessoas...

Aquilo que poderia ser encarado com leveza e brincadeira, torna-se uma arena de batalhas onde opiniões são light sabers ou garras de Wolverine contra o escudo do Capitão América ou os defletores de uma nave da frota estelar. Marvel x DC, Star Wars de George Lucas x Star Wars da Disney ou quem é o melhor Batman de todos os tempos faz emergir raiva, rancor e ódio! 

Impressionei-me ao ver pessoas cordiais, simpáticas e solicitas tornarem-se agressivas, irritadiças e "dando fora por estarem cansadas de ouvis o hater dos outros".  Isso tudo é aumentando vertiginosamente se você observar as redes sociais ou a seção de comentários de alguns sites especializados. Para piorar, percebi que eu mesmo poderia seguir o mesmo caminho... 

Claro que existe uma minoria que vê e encara tudo isso com leveza e escapismo, o que eu tento fazer, mas pelo que tenho observado, é uma minoria. 

Aquele meu encantamento inicial se foi como lágrimas na chuva.

quarta-feira, 18 de janeiro de 2017

A música muda.


No auge do axé, forro eletrônico, pagode e sertanejo nos anos 90, eu era um adolescente mergulhando no rock dos anos 60 e 70. Sem internet, eu ficava caçando músicas nas rádios, discos e amigos... As fontes de informações eram centralizadas e homogeneizavam o "gosto" musical. Tome toneladas de música que não me diziam nada... Pra meu bem, eu "emudeci" essas músicas.

Mas... Eu morava em Recife, naquele década, o melhor lugar pra se ouvir música boa, inventiva, enérgica e, além de tudo, acessível! Tava tudo lá e ao vivo!
A "cena" recifense nunca me dizia nada e eu nunca me vi representado nela.

Era uma música muda também.

Eis que em 2017 eu li Do Frevo ao Manguebeat.

De repente, sinto uma nostalgia enorme. No livro, eu lia uma descrição do Recife que conheci e vivi. Eram as ruas da minha infância e adolescência. Aquelas capas de discos e sons eram familiares. Nação Zumbi, Mundo Livre S/A, Devotos, Jorge Cabeleira, Mestre Ambrósio e tantos nomes se juntam ao Polo Pina, Recife Antigo, Rec Beat.


Mas peraí? Essa música não era muda ora mim? Era sim... eu acho. Mas de alguma forma eu a escutava.
Me arrependo de não ter aproveitado melhor os anos 90... Perdi, perdi...
Mas a música muda, muda.



sexta-feira, 30 de dezembro de 2016

Top 10 - 2016



Um top-10 para 2016

Na música:

·         Be Here Now - George Harrison - Que melodia, que letra, que harmonia, que Harrison!
·         C'ant find my way home - Blind Faith - Aí fico sem fôlego.
·         Champagne Supernova - Oasis - redescobrindo um clássico dos meus vinte anos.
·         Desordem - Titãs - mais atual que nos anos 80.
·         Hanky Panky - Tommy James & The Shondells - a música preferida da minha mocinha, nossa trilha sonora no carro.
·         Lily Dreams On - Cotton Mather - uma pérola pouco conhecida.
·         Matilda Mother - Pink Floyd - que banda é essa que me surpreende depois de 25 anos com uma música de 1967?
·         She's Leaving Home - Cida Moreira - uma releitura corajosa e genial!
·         Thunder Road - Bruce Springsteen - entrou definitivamente nos artistas que preciso me aprofundar.
·         Today - David Gilmour - ver esse cara tocando essa música ao vivo foi um dos pontos altos desse ano.
Menções honrosas:
·         Cross Eyed Heart - Keith Richards - eu ainda acho que Keith nasceu no Mississipi!
·         Yellow Lednetter - Pearl Jam - descobri esse ano, como pode?
·         Wake Up Dead Man - U2 - num ano com tantas perdas, um alento.

Nas imagens:

·         Batman v Superman - Quando um filme é corajoso, não importa quem não gosta, ele fica, marca porque nem só de dinheiro vive o cinema.
·         Charlie Brown & Snoopy, Peanuts - O filme - Que celebração da minha infância, valeu Minduim, você é o cara mais legal da turma.
·         Cidade de Deus - Nem sei o porquê de ter esperando tanto tempo pra ver essa obra-prima!
·         Creed - Rocky sempre foi minha saga preferida e Creed faz jus à ela.
·         Deeadpool - Filme completamente desbundante, que pérola!
·         Lady Snowblood - Um pouco de cinema japonês pra ocidente ver.
·         Loki? - Seria Arnaldo um gênio? Não sei, mas Loki ele pode ser.
·         Sob o mesmo céu - Cameron Crowe me deu mais um presente!
·         Star Trek sem fronteiras - Quando se ama uma franquia e se recebe um presente, podemos dizer que a vida pode nem ser longa, mas é próspera!
·         What happened, Miss Simone? - Dentro da mente de uma mulher gernal!

Nas letras:

·         Blues (R. Crumb) - quadrinho e blues com quem entende dos dois.
·         Choques Futuristas (Alan Moore) - amantes da ficção, regogizem-se!
·         Daytripper (Fábio Moon e Gabriel Bá) - a vida não é um essaio, Roger Waters havia dito isso, Fábio e Gabriel colocam cores e formas.
·         Dias de Luta (Ricardo Alexandre) - uma excelente incursão nos anos 80 do Brail e não apenas no rock.
·         Grandes Astros Superman (Grant Morrison e Frank Quitely) - uma das melhores história do melhor!
·         Jornada nas Estrelas (Salvador Nogueira e Susana Alexandria) - brasileiros sabendo mais que os gringos.
·         Natureza, Território e Convivência (Luzineide Carvalho) - uma análise que só não é completa por nenhuma é. Que livro!
·         Pavões Misteriosos (André Barcinski) - e quem disse que o Brasil não tem pop?
·         Reino do Amanhã (Mark Wade e Alex Ross) - um deleite para os fãs do Superman!
·         Seca e convivência com o semiárido (Caio Maciel e Emílio Pontes) - um passo à frente numa discussão secular!

Menções honrosas:
·         Assuntos de Família (Will Eisner) - Que família não se enquadra aqui?
·         Batman Ano Um (Frank Miller e Davis Mazuchelli) - Esse é o Batman e não será superado,
·         Terra dos Homens (Paul Claval) - desvendando a minha ciência.


segunda-feira, 7 de novembro de 2016

O barquinho (Por Ana Godoy Pereira)

Ana hoje chega aos seus 4 anos hoje!


Não vou fazer um texto de homenagem, mas vou postar aqui uma parte da sua visão de mundo.

Ana é uma inventora de música, como ela mesma diz. A sua invenção já tem letra e melodia, quem sabe um dia posto um vídeo dela cantando...

O barquinho (Por Ana Godoy Pereira)

O barquinho flutuando pelas ondas
O barquinho flutuando pelas ondas

E o barquinho foi ficar naquela ilha
E o barquinho foi ficar naquela ilha

E o barquinho se quebrou
E o barquinho se quebrou

E ninguém consertou
E ninguém consertou

E então apareceu uma menina
E então apareceu uma menina

E o barquinho ela consertou
E o barquinho ela consertou


quinta-feira, 8 de setembro de 2016

Para Hiro e Diego, o privilégio de (con)viver.


Tenho pensado na mortalidade ultimamente. 

As notícias sobre mortes tem agora mais impacto na minha vida. Claro que desde a infância convivo com elas. Lembro claramente o dia em que meu pai me falou que minha avó havia morrido ou aquele meu colega de rua que foi assassinado por conta do tráfico de drogas. Fiquei muito triste quando George Harrison morreu e ainda sinto saudade do meu cachorro. Me recordo com tristeza a ida de uma das mentes mais brilhantes que conheci ou da minha maior referência acadêmica

Mas parece que a morte está cada vez mais próxima - não a minha, assim espero, mas de mim. E de todas as notícias de morte que recebi recentemente, duas me impactaram bastante. A de um senhor extremamente gentil e a de um aluno cheio de vida e simpatia. Com o primeiro foram duas semanas de convívio diário, com o aluno foram quatro meses de encontros semanais em sala de aula.

Impossível não pensar em todas as contribuições que aquele senhor deu às pessoas. Impossível não imaginar tudo que aquele jovem ainda daria ao mundo. Hiro e Diego nunca se conheceram e, provavelmente, nunca se conheceriam. Mas aqui na minha mente, eles convivem diariamente...

Saíram desse mundo deixando muita saudade. Sou grato por ter conhecido e convivido pelo menos um pouco com cada um. Lamento não ter tido mais tempo... E assim aumenta a certeza de aproveitar ainda mais o convívio de algumas pessoas. 

Um dia serei eu a partir, claro. Espero que quando esse momento chegue, eu seja uma boa lembrança para as pessoas com quem convivi. Viver é um privilégio, eu o tenho há 38 anos bem vividos. 

E para aqueles que continuam experimentando desse privilégio, vida longa e próspera!

sexta-feira, 1 de abril de 2016

Superman, um cara complexo!

Todo herói precisa ter uma conexão com seu público, certamente o Batman e o Homem-Aranha são os mais exitosos. O primeiro é um humano que faz coisas extraordinárias, o segundo é um herói acidental que tem problemas financeiros e de autoestima. Aí é onde o Superman leva muita desvantagem. Afinal, quem vai se identificar com o alienígenas voador, super forte, bonito e que carrega um S enorme no peito? Ele é o "bom moço", o "sem graça", "nhém nhém nhém demais".

Mas de todos os heróis que conheço, nenhum é tão complexo como o azulão de capa vermelha. Por quê?


Kal-el é a minoria de um só, literalmente. O último de sua raça. O imigrante. A grande ironia é que ele pode subjulgar a todos e, mesmo assim, aceita viver sobre regras que aprendeu, Afinal, cresceu com determinador valores (verdade, justiça e o modo de vida americano - recentemente deletado em prol de uma maior aceitação fora dos EUA). Me pergunto, com os poderes dele, o que faríamos?

As melhores histórias do Kal-el/Superman/Clark não são aquelas em que ele usa sua força e agilidade para derrotar inimigos "invencíveis", mas justamente aquelas em que ele se pergunta o que deve fazer e qual o seu papel no mundo (vide os quadrinhos como "O último filho" - onde descobre uma criança do seu mundo; Grandes Astros - quando se depara com sua mortalidade; a animação Superman vs The Elite, quando se questiona até que ponto deve usar sua força ou o clássico Superman - o filme, onde muda a história pelo egoísmo de não perder a mulher que ama). Todos são temas caros!

Na série Lois & Clark, Kal-el diz "Clark é o que eu sou e Superman é o que posso fazer", mas nenhum dos dois é ele, em essência. Quantas pessoas ele é, então? Três?

Em um episódio da animação da Liga da Justiça, o Superman mostra toda a sua frustração em viver num mundo onde precisa controlar sua força todo o tempo, "um mundo de papelão". Imaginemos, então, viver num mundo que podemos destruir ou, simplesmente, impor nossas vontades? Tentador, não? 

No filme Batman v Superman, o herói se questiona sobre o que deveria fazer no mundo onde foi criado. Num momento insensato, dá a vida para salvar os outros. Não seria melhor ter pedido para a poderosa Mulher Maravilha usar a lança e matar o vilão? Claro! Porém, o que para alguns é uma falha no roteiro, é justamente, a grande sacada dos roteiristas para mostrar um Superman perdido e buscando reconhecimento dos outros. O que isso nos diz de nós mesmos e da sociedade de alta exposição de hoje? Você quer aprovação dos outros? O que você faria?

A frustração está presente em toda a vida de Clark Kent, mas sem a esperança de uma cura (acabar com o sol amarelo é fora de questão) ou um psicólogo para resolver seus problemas. Afinal, quem entende de tripla personalidade com um terço kryptoniano? A diferença é que o Superman não fica jogando na cara das pessoas que tem problemas. Ele tenta viver como pode, balanceando suas vidas...

Clark quer chegar em casa, comer alguma coisa e ficar assistindo TV com a namorada. Ele quer ter uma profissão, amigos e visitar a mãe nos fins de semana. Isso é completamente diferente dos outros heróis que vão em busca de uma dupla vida, seja qual for a motivação. Kal-el vive a irreversível frustração de ser o último da sua raça e o Superman precisa ser o herói e o monumento quase religioso da esperança da humanidade. Mostrar isso nunca foi fácil. A maior fraqueza do Superman está nos roteiros, não nele.

E, sinceramente, não consigo ver outro super-herói mais complexo que esse.



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