Depois de me questionar sobre as trevas interiores
semanas atrás, me vi pensando no mesmo assunto novamente, dessa vez com um
outro olhar, o externo.
Percebo que vieses ideológico e/ou partidário quase sempre norteiam as
tomadas de decisões mundo afora. Pensar a gestão do território é priorizar a manutenção
de bases de sustentação de um governo, com vistas à sua ampliação. Não
interessa o que é melhor para todos, interessa o que um grupo acha que é melhor
para todos e, principalmente, para eles.
A preocupação com a população está em promover muito mais uma ilusão de
qualidade de vida, do que exatamente a sua ampliação. Aumento de serviços
básicos são carros-chefes de governos que fazem o que o seu antecessor,
teoricamente, não fez. Não obstante, isso é utilizado como instrumento de
propaganda de manutenção de quem exerce o poder momentaneamente. Esses grupos fomentam
o medo de uma mudança, pois seria a concretização da falha da sua gestão (mesmo
que ela tenha sido exitosa em alguns pontos) e a escolha de um outro modelo que
poderá continuar o trabalho do seu antecessor, mas promovendo mudanças
necessárias para dar uma nova roupagem às velhas política.
Assim, mudando sem mudar... o processo não tem fim e os fins justificam
os meios. Ninguém sabe certamente o que é esse fim, mas bem conhecemos os meios. Aqueles que não estão
exercendo o poder no momento aguardam ou lutam (normalmente com muito ódio) pela sua chance de fazer tudo
diferente, porém, mais do mesmo. Promessas de um futuro melhor, futuro que nunca
chega para muita gente, além deles mesmos.
Escolhas ideológicas e partidárias são mais importantes que a melhoria
coletiva. Os governos passam, as pessoas passam e humanidade fica - cada vez
pior. Seriam as nossas trevas exteriores!?