Uma banda
psicodélica que perde o seu líder/compositor/vocalista e começou a produzir
discos fantásticos chamados, discutivelmente, de progressivos e, aos
poucos, vai ter um líder/centralizador/ditador que saí achando que a banda
não sobreviverá. Uma guerra judicial longa, farpas pela imprensa, reencontros
inesperados e pelo menos quatro discos clássicos absolutos. O Pink Floyd
continua sendo, das bandas mais famosa, a menos “conhecida”. O livro “Nos Bastidores do Pink Floyd” de Mark Blake preenche um pouco essa lacuna.
Quase metade é dedicada ao início da banda e seu principal nome até aquele momento, Syd
Barrett. Tudo é muito detalhado, às vezes até dia-a-dia, o que o deixa um pouco
cansativo para aqueles que são iniciados. Ao passar esse momento, o livro
começa a cobrir o tempo de maneira mais espaçada. A década de 80, 90 e o século
XXI possui pouco menos de 150 das 348 páginas.
Mas é justamente na parte final que está o material mais interessante. Os anos entre The Final Cut e A Momentary Lapse of
Reason são os mais complicados quando pensamos num livro com a palavra
“bastidores” no título. Como Gilmour e Mason superaram a saída do principal
compositor e tomador de decisão e levaram o Pink Floyd a um patamar acima do
que já vivenciava? Esse tema ainda é pouco explorado, mesmo estando mais
próximos cronologicamente que o lançamento do clássico absoluto Dark Side ofThe Moon (já bem explorado) ou o mistério sobre a vida de Syd. Soma-se a isso, os bastidores
de como Roger Waters, o líder e condutor de obras como Animals e The Wall caiu
no ostracismo.
Um ponto alto dessa
biografia é tratar dos seus cinco membros mesmo quando eles não estão
trabalhando dentro do Pink Floyd ou saíram da banda. O livro desmancha estereótipos. Afinal, para
Blake, o pobre Syd não era tão pobre assim, Wright não foi tão coitadinho,
Waters preencheu uma lacuna necessária, Gilmour tem um grande ego e Mason mais
interesses em curtir do que trabalhar. A panelinha dentro da banda que separava os
músicos Gilmour e Wright dos “arquitetos” Waters e Mason é bem explorada e elucidativa para entendermos o comportamento de cada um. As discussões
antagônicas entre os fãs de Waters x fãs de Gilmour poderiam ser melhor
subsidiadas com esse livro.
O livro termina como começou: com uma reunião improvável da banda!
Recomendado tanto para iniciantes como para quem quer se aprofundar no que sustentou uma das mais importantes bandas de todos os tempos.
Recomendado tanto para iniciantes como para quem quer se aprofundar no que sustentou uma das mais importantes bandas de todos os tempos.
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