Definitivamente, os anos 60 são os mais importantes para o rock’n’roll. A melhor década musical
para mim, continua a me surpreender positivamente, dessa vez com um belo livro.
Tenho ficado tão surpreendido com “O Som da Revolução – Uma História Cultural do Rock 1965-1969” que
preciso de dois posts para falar dele.
Para fãs de biografias como eu, reservar um
tempo na minha pequena agenda de leituras recreativas é sempre complicado. Estavam
na lista a autobiografia de Eric Clapton e a biografia oficial do Led Zeppelin,
mas ao acaso esse livro me chamou atenção na prateleira de uma livraria e
decici folhear, após as primeiras cinco páginas decidi comprá-lo e não desgrudo
dele.
Cobrindo um período relativamente curto
de tempo, apenas cinco anos em 530 páginas, me fez imaginar que seria monótono
e repetitivo. Que nada! A leitura é tão dinâmica e o vocabulário tão rico (poucas
vezes se tem isso em publicações voltadas ao rock) que o leitor pode se sentir prestigiado
pelo seu autor, Rodrigo Merheb.
Começando no momento em que Bob Dylan se
reinventa ao usar uma banda eletrificada em vez do set acústico, O Som daRevolução é uma viagem para dentro do rocn’n’roll. Aliás, Rock! A nova nomenclatura
para o que se produziu pela geração pós-Elvis. Dylan é o grande protagonista da primeira metade do
livro, seguido dos Beatles. Nomes
como Byrds, Jefferson Airplane, The Doors, Beach Boys, Janis Joplin e Jimi Hendrix também tem destaque.
Mas confesso que duas coisas tem me chamado
mais atenção. A primeira é ter o lugar como protagonista e não apenas as
pessoas (estimulante para esse geógrafo). Assim, Londres, Nova York e San
Francisco se revezam na narrativa de Merheb. Mods, hippies, rockers, ativistas,
pseudointelectuais, oportunistas, talentosos, virtuosos, perdidos e tantos
outros tipos se misturam na efervescência do mundo em uma guerra inútil (Vietnã), um
sistema econômico se fortalecendo (capitalismo), uma nova classe consumidora (adolescentes) sendo criada
e brancos e negros se misturando em prol da música.
Outro ponto fundamental é colocar em
evidência nomes que hoje são completamente desconhecidos como Moby Grape, Gram Parsons ou The
Monks. A vontade de procurar discos dessas bandas é imediata tão logo seus
nomes são trazidos à tona.
Como os hippies surgiram e se “foram”
(de San Francisco); como o psicodelismo apareceu e perdeu importância; como folk
e country (estilos parecidos no som, mas completamente distintos na mensagem)
se fundiram e o surgimento do LSD e seu uso são detalhadamente explicados. Os bastidores, produtores, diretores, escritores e todos que estavam ligados à música possuem destaque tal qual os compositores e músicos.
Música, lugar, ideias e pessoas são
igualmente trabalhados nesse livro. Após ler metade, não resisti e tive que
escrever sobre ele, já que terminei, volto às suas páginas...
Parte 2 aqui
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