Desde que alguém
me disse que eu era um nerd, fiquei pensando se isso seria verdade. Se sou ou
não, pouco importa pra mim. Mas algumas coisas de nerd eu realmente tenho. E
uma delas era a vontade de ir à Comic Con. Na impossibilidade financeira de chegar
em San Diego, me contentei com a de Montreal.
Lá estavam
centenas pessoas fantasiadas (ops... com Cosplay) de vários personagens, alguns
muito bem feitos e outros engraçadamente ridículos; expositores de gibis
(ops... comic books); vendedores de bonecos (ops... action figures), camisas e
souveniers de todos os tipos. Exposição das mais variadas como um DeLorean; os
selos canadenses do Superman e os novos jogos do Play Station, além de dezenas
de estandes com tudo que se pode imaginar de cultura nerd. Um paraíso do
consumo!
E como tudo se
consome, o que mais me chamou atenção foi a venda de celebridades. Uma venda
quase literal, um produto imediato e, aparentemente, inesgotável. Afinal,
quantos autógrafos e quantas fotos uma pessoa pode proporcionar?
Via-se estandes
com nome de artistas, o preço do autógrafo (!) e da foto com ele(a) (!!!). Por
CDN$45 ou CDN$65 era possível ter um autógrafo de Christoffer Lloyd (Doc Brown
de De volta para o futuro), Lou Ferrigno (o Hulk da telesérie) ou tantos outros
que nem conhecia. Estavam lá sorridentes para quem quisesse "comprar"
alguns minutos em sua companhia.
No meio de
todos, me chamou atenção a Gillian Anderson (Dana Scully da série Arquivo X),
não só pela sua beleza incomum, mas pelo seu total desconforto com a situação.
Visivelmente deslocada e sem saber muito o que fazer, dava sorrisos amarelos
enquanto ouvia elogios dos fãs. Talvez pensando em uma carreira pela frente,
ali parecia o início do fim ou uma sobrevida, como George Takei que nunca fez
nada além das péssimas atuações como Sulu em Star Trek e hoje vive desse
passado. Afinal, Mrs. Anderson, vender autógrafos para seus fãs deve ser algo
realmente incômodo. Um autógrafo deve ser algo conseguido com uma história de
astúcia ou acaso e não uma longa fila e algumas dezenas de dólares. Ainda bem
que não temos isso no Brasil!
O melhor momento
para mim foi ver um debilitado David Prowse, o cara que vestia a roupa de Darth
Vader, andando com dificuldade pelos corredores do evento e sendo aplaudido. Na
hipérbole do consumo nerd, o melhor momento foi de graça (para ele e para todos
os outros)!
Ah, como um nerd, comi shawarma:
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