quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Prazeres Musicais!


E quem entende o prazer de comprar um disco? Não falo do lançamento da novela ou dos maiores sucessos do seu artista preferido e sim aquele disco, aquele fora de catálogo, aquele que gravadora não fabrica mais há anos! Aquela edição especial com uma música bônus, não importa que seja um ensaio e que o som esteja péssimo, você paga até o dobro só pra ter aquela música mal tocada e mal gravada. E quando encontra o disco com o preço bem abaixo do que vale? Seja naquela liquidação de uma loja de departamento ou no sebo? Não há palavras pra explicar a sensação de pegar o disco, olhar pra ele, pagar e ir pra casa. Mesmo que você só vá escutá-lo horas depois, às vezes dias depois. O que importa é que você agora o tem, ele é seu!


E o dinheiro? De onde vem tanto dinheiro pra comprar essas coisas? Ah... vem de outros pontos do orçamento mensal. Não importa se você vai deixar de sair com os amigos (isso sempre se dá um jeito), não importa que esse mês você não tenha mais condições de ir a um restaurante legal (isso fica pra depois) e não importa que suas roupas estejam surradas (pra que quero roupa se posso ficar em casa ouvindo meus discos?). E se for no cartão de crédito? Depois você resolve. Pra quem compra disco por prazer, os outros prazeres ficam em segundo ou até terceiro plano. Claro que aquele momento de prazer acaba, mas volta assim que você encontrar o próximo disco.

sábado, 25 de setembro de 2010

Sobre o tempo... time flies...

"O sol continua relativamente o mesmo, mas você está mais velho, com menos fôlego e um dia mais próximo da morte" - Essa frase é de Roger Waters e está na música Time do clássico álbum Dark Side Of The Moon do Pink Floyd.

Ela ilustra o que venho percebendo há algum tempo. Os meus ídolos musicais estão envelhecendo... claro que isso é normal, todo mundo que está vivo está envelhecendo... porém grande parte das bandas e músicos que ouço são oriundos dos anos 60 e 70 e agora estão com no mínimo 60 anos...

Ontem eu estava vendo um DVD sobre a gravação do Exile On Main St. (disco lançando pelos Rolling Stones em 1972) e fiquei meio assustado ao ver como Keith Richards e Charllie Watts estavam velhos... aí lembrei que a cada disco, cada imagem que vejo dos meus preferidos trazem alguém que está mais velho...

Eu venho me "preparando" pra perder meus ídolos a qualquer momento, mas confesso que não foi fácil receber a notícia da morte de George Harrison em 2001 ou de Richard Wright em 2008. Sei que vai chegar o dia de Paul McCartney, Ringo Starr, Mick Jagger, Keith Richards, Roger Waters, David Gilmour, Jimmy Page, Chico Buarque, Brian Wilson. David Bowie... caso eu não vá antes, pela “lei da natureza” eles irão primeiro, até porque todos passaram dos 60 anos e eu ainda estou nos 32...

Lamento não ter “visto” John Lennon, Jimi Hendrix, Brian Jones, Miles Davis... esses foram cedo demais...

Esse é um dos impactos de um artista, mesmo longe geograficamente, estão perto nas músicas e imagens que a gente recebe... e a gente se importa, pelo menos eu me importo...

O tempo vai...

domingo, 19 de setembro de 2010

Top 5 – Shows que eu queria ter visto – Parte I

A idéia nasceu numa manhã de sábado em que eu escutava o acústico do Nirvana depois de muito tempo. Fiquei pensando “putz, como eu queria ter visto esse show”, rapidamente uma lista me veio a mente com os shows que eu gostaria de ter presenciado... aí vai a primeira parte...

George Harrison – The Concert for Bangladesh (1971)

O primeiro concerto beneficente já feito. George Harrison convidou amigos e parceiros para fazer um espetáculo em nome de Bangladesh, local de nascimento de seu grande amigo Ravi Shankar. Ringo Starr cantou seu então hit, a excelente It Don´t Come Easy, mostrando que uma carreira solo sairia do “quarto” Beatle; Leon Russel fez um medley com Youngblood e Jumpin´ Jack Flash; Billy Preston empolgou com That´s The Way God Planned It e Shankar apresenta uma longa peça indiana. Bob Dylan (que só confirmou presença quando entrou no palco), executou Blowin’ In The Wind, The Times They Are A-Changing, Mr. Tambourine Man e Just Like a Woman. George Harrison fez uma apresentação esplendorosa com músicas da sua então recente carreira solo como Beware of Darkness, My Sweet Lord e Bangladesh e os clássicos absolutos dos Beatles Here Comes the Sun, Something e While My Guitar Gently Weeps. Tudo isso com a participação de um guitarrista chamado Eric Clapton! Mais histórico que isso, quase impossível...


The Beatles- San Francisco (EUA) - 1966

Entre as apresentações mais famosas dos Beatles estão as do programa televisivo de Ed Sullivan em 1964, maior audiência da TV americana até aquele momento; a apresentação no Hollywood Bowl em 1965 em Los Angeles – recorde de público e primeiro show em estádio; o concerto do Budokan no Japão em 1966; a primeira apresentação televisiva via satélite cantando All You Need Is Love em 1967 e o clássico Show do Telhado (Rooftop Concert de 1969). Porém eu queria mesmo ter visto o último show ao vivo em agosto de 1966 no Candlestick Park em San Francisco. Eles já estavam cansados de fazer turnês e ali encerraram uma maratona que durava praticamente 9 anos ininterruptos. Foi um marco na carreira da banda!

Nirvana - Unplugged MTV (1994)

Show que motivou essa lista, teve um impacto muito forte pra mim. Comecei a ouvir Nirvana na minha pré-adolescência e acho quase impossível que uma pessoa de 13 anos que se interessasse em rock´n´roll não se sentisse atraído por músicas como Smells Like Teen Spirit ou Lithium (clássicos do disco Nevermind de 1991). Porém, o acústico foi algo bem diferente do que eles normalmente faziam (e confesso que não gostava do Nirvana no palco, principalmente pelas apresentações erráticas e agressivas com o público de Kurt Cobain). Ouvir Oh Me, Plateau, Lake Of Fire e as versões de Polly, Come As You Are e The Man Who Sold The World foi uma grata surpresa. Essa última ainda me emociona. Foi a partir dela que descobri um dos artistas que mais gosto e respeito: David Bowie! Era o Nirvana se despedindo...

Led Zeppelin - Knebworth - 1979

Era o Led Zeppelin na sua reta final. Os dias do Led Zeppelin II, Led Zepellin VI, Houses Of The Holy e Physical Graffiti tinham ido... agora era pra se contentar com o inócuo In Though The Out Door! E se não estavam tão inventivos no estúdio, no palco parecia que uma nova era começava... os anos tocando juntos davam ao quarteto uma dinâmica impressionante. Achilles Last Stand é uma das coisas mais bem feitas que eu vi até hoje ao vivo; Kashimir é um convite à uma viagem mental mesmo no DVD, fico imaginando vendo e ouvindo lá; Rock And Roll está na sua melhor versão ao vivo e Whole Lotta Love parece reinventada no palco, principalmente na sua segunda metade. Como pode uma banda fazer isso? Não sei, melhor nem saber... John Bohan se foi... Jimmy Page e Robert Plant gravaram e tocaram juntos várias vezes depois disso, algumas delas com John Paul Jones, mas nada como naquelas duas noites de 1979!


Pink Floyd The Wall Live (1981)

Meu disco preferido é o Wish You Were Here, para mim o mais bem feito é Dark Side Of The Moon, acho o The Piper At The Gates Of Dawn aburdamente fantástico, porém é impossível um fá do Pink Floyd não gostar do The Wall. Não vou entrar nos problemas que envolviam a banda naquele momento e a irregularidade entre as músicas. Mas seja o que for que gerou um show como o The Wall, veio de mente(s) criativas(s) e perturbada(s). Contar uma história de alguém se isolando do mundo pode até parecer fácil no disco e no filme, mas no show... Ver uma banda executando as músicas enquanto um muro se constrói deixando a platéia sem “ver” os músicos é audacioso e, ainda, executando apenas músicas recentes, esquecendo os clássicos já feitos parece realmente loucura... tudo isso e as excelentes versões ao vivo é o The Wall Live. Fica aqui registrado apenas o lamento desse show não ter chegado em DVD até hoje. I wish I was there...

Em breve a parte II


segunda-feira, 13 de setembro de 2010

O Clube, O Time, a Torcida

O que diferencia um clube de futebol de um time de futebol?


Para mim, o clube é ums instituição perene, mudam os dirigentes, os funcionários, os atletas, mas ele existe. O time é temporário, depende do entra-e-sai dos dirigentes, funcionários e atletas.

Nessa perenidade e temporalidade está a torcida. Dividida entre o clube e o time. Segue o clube acima de quase tudo, ama e odeia o time dependendo do momento. Alguns clubes tem na sua torcida o seu maior patrimônio. Caso de Flamengo, Corinthias e Bahia que praticamente não possuem outro patrimônio.

Venho acompanhando não tão de perto, mas com grande interesse os últimos 5 anos do Santa Cruz. Vi seus 3 rebaixamentos seguidos (da série A para a série D) e seu segundo ano na série D.

O time se depediu do campeonato da série D no domingo 12 de setembro de 2010 deixando o clube por, no mínimo, mais 1 ano nessa situação. Ao terminar sua participação contra o pouco expressivo Guarany de Sobral (do Ceará), o que mais se comentou foi a frustração da torcida. Principalmente porque o time apresentou a terceira maior média de público de todos os participantes dos quatro campeonatos brasileiros. Um grande jornal pernambucano já havia estampado a manchete em uma de suas edições: “Multidão Futebol Clube”.

Eu não tenho a menor dúvida que o Santa Cruz na série D é péssimo para o futebol pernambucano e, por consequencia, para o futebol brasileiro. Também não tenho dúvidas que em 2011 a torcida estará em campo e, dessa vez, querendo ter a maior média de público e não apenas o modesto terceiro lugar.

Isso acontecerá porque o clube Santa Cruz tem na sua torcida seu único orgulho nesse momento e a torcida tem nela mesma a única forma de se consolar.

Longa vida ao clube Santa Cruz, melhor sorte e competência para o próximo time do Santa Cruz.

Quanto a torcida?

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

O dia da Independência aqui e lá.











Esse ano eu vivenciei uma situação peculiar e creio que isso nunca mais se repetirá. Eu estive presente nos dias de independência dos dois maiores países da América. Em 4 de julho eu estava na cidade de Harrison, em Nova Jersey, Estados Unidos. Em 7 de setembro eu estou na cidade de Recife, em Pernambuco, Brasil.

Claro que a comparação é inevitável. De um lado o ufanismo em vermelho, azul e branco e do outro o feriadão em verde e amarelo.V Vou tentar não cair nessa armadilha e apenas citar algumas observações.

Interessante ver a história desses eventos serem contadas como uma libertação mesmo que Estados Unidos e Inglaterra continuassem tão ligados numa parceria econômica e bélica nos séculos seguintes enquanto o Brasil mantinha seu reinado igual aos modos portugueses e seguindo quase cegamente as orientações do velho mundo.

É inegável a enorme diferença do envolvimento da população na celebração desse dia. Lá se contam as vantagens e conquistas do império; como eles são fortes e imponentes; a celebração de uma nação que deu certo. Aqui algumas pessoas falam sobre a importância da data enquanto outras estão interessadas em curtir o feriado; se discute o que deu errado para o país não ser o que “deveria ser” (mesmo que pouca gente saiba exatamente o que deveria ter sido). Lá os fogos de artifícios, aqui o desfile militar. Há uma ambigüidade e uma grande complexidade em relação a esse dia.

De fato, com a independência, dois países imperialistas foram criados, um mais forte e influente que o outro. Mas a essência era a mesma.

Ficam três perguntas pra mim. No que os estadunidenses pensam no 4 de julho? No que os brasileiros pensam no 7 de setembro? Quem responde?

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