quarta-feira, 1 de maio de 2013

Entre amizades e emoções


Sentado na sala de espera do aeroporto Jean Lesage, ao mesmo tempo em que estou bastante feliz em retornar para casa, sinto também uma grande tristeza ao saber que algumas das pessoas com que convivi nos últimos meses talvez eu nunca mais veja! Despedir-me de cada um foi algo difícil e emotivo.
Quando cheguei a Québec, conhecia apenas uma pessoa que foi bem presente nos meses que aqui estive, mas na minha saída, quantas pessoas fantásticas tenho que deixar para trás. Vinicius de Morais já dizia “amigos a gente não faz, reconhece-os” e Simon & Garfunkel dizam que “amigos não se encontram como águas turbulentas sobre pontes”. De fato, é verdade. Ao pensar sobre as pessoas que conheci, percebi que a amizade é muito mais um sentimento do que um conhecimento. Os amigos que aqui fiz, possuem comportamentos e interesses semelhantes aos amigos que tenho no Brasil. Fiquei feliz ao perceber que reconheço amigos pelo que sou e não pelo que posso oferecer. Além disso, os laços de amizades podem ser construídos rapidamente e nos deixar a sensação que vão durar pra sempre.

Então as refeições diárias em conjunto, partilhando tudo; os sorrisos coletivos; as conversas intermináveis; os jantares de sábado à noite; as preocupações com exames e trabalhos; as pausas para um chá; as impressões sobre Québec e sobre a vida e os passeios pela cidade estarão sempre nas lembranças.
Felizmente, a maturidade me fez dizer a cada um a sua importância para mim nesses dias. Então entre abraços, olhares saudosos e um pouco molhados pelas lágrimas e cumplicidade, saio de Québec (mesmo que temporariamente) com uma sensação estranha, uma tristeza pelo fim de um momento e a felicidade de voltar para casa.
Mas foi reconhecendo amigos no Canadá e sabendo que alguns nunca mais encontrarei, que passei a admirar ainda mais os amigos do Brasil. Aqueles que estão comigo desde a minha infância, da adolescência, da vida adulta. Eles estiveram presentes ao longo do tempo e sou feliz por poder sempre partilhar das suas presenças.
Mas acima de todos, poder voltar e reencontrar a minha melhor amiga - que ainda nem sabe bem o que é isso - me dá a sensação de ser uma pessoa de muita sorte. Mocinha, papai tá chegando...


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