
Mas...
Eu morava em Recife, naquele década, o melhor lugar pra se ouvir música boa, inventiva,
enérgica e, além de tudo, acessível! Tava tudo lá e ao vivo!
A
"cena" recifense nunca me dizia nada e eu nunca me vi representado
nela.
Era
uma música muda também.
Eis
que em 2017 eu li Do Frevo ao Manguebeat.
De
repente, sinto uma nostalgia enorme. No livro, eu lia uma descrição do Recife
que conheci e vivi. Eram as ruas da minha infância e adolescência. Aquelas capas
de discos e sons eram familiares. Nação Zumbi, Mundo Livre S/A,
Devotos, Jorge Cabeleira, Mestre Ambrósio e tantos nomes se juntam ao Polo
Pina, Recife Antigo, Rec Beat.
Mas
peraí?
Essa música não era muda ora mim? Era sim... eu acho. Mas de alguma
forma eu a escutava.
Me
arrependo de não ter aproveitado melhor os anos 90... Perdi, perdi...
Mas
a música muda, muda.