quarta-feira, 18 de janeiro de 2017

A música muda.


No auge do axé, forro eletrônico, pagode e sertanejo nos anos 90, eu era um adolescente mergulhando no rock dos anos 60 e 70. Sem internet, eu ficava caçando músicas nas rádios, discos e amigos... As fontes de informações eram centralizadas e homogeneizavam o "gosto" musical. Tome toneladas de música que não me diziam nada... Pra meu bem, eu "emudeci" essas músicas.

Mas... Eu morava em Recife, naquele década, o melhor lugar pra se ouvir música boa, inventiva, enérgica e, além de tudo, acessível! Tava tudo lá e ao vivo!
A "cena" recifense nunca me dizia nada e eu nunca me vi representado nela.

Era uma música muda também.

Eis que em 2017 eu li Do Frevo ao Manguebeat.

De repente, sinto uma nostalgia enorme. No livro, eu lia uma descrição do Recife que conheci e vivi. Eram as ruas da minha infância e adolescência. Aquelas capas de discos e sons eram familiares. Nação Zumbi, Mundo Livre S/A, Devotos, Jorge Cabeleira, Mestre Ambrósio e tantos nomes se juntam ao Polo Pina, Recife Antigo, Rec Beat.


Mas peraí? Essa música não era muda ora mim? Era sim... eu acho. Mas de alguma forma eu a escutava.
Me arrependo de não ter aproveitado melhor os anos 90... Perdi, perdi...
Mas a música muda, muda.



2 comentários:

  1. Lembro-me com saudade dessa época, a cena do Recife era diferente, tina identidade própria. Nunca fui na Soparia, uma pena!

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    1. Pois eu era muito novo na época da Soparia, nm dava pra ir... Mas Recife realmente tinha uma cena diferente de tudo, pena que eu perdi...

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