terça-feira, 19 de dezembro de 2017

Quando o ser nerd perde sua essência

Eu até comecei a achar legal ser chamado de nerd depois dos 30 anos. Passava-me a impressão que finalmente eu poderia ver e vivenciar coisas que sempre quis desde adolescente, mas não podia por questões financeiras e porque simplesmente não tínhamos uma indústria cinematográfica tão prolífica para esse público.

Tantos filmes de heróis; a minha redescoberta dos quadrinhos; as vestimentas e acessórios cada vez mais acessíveis; o home vídeo, youtube e os streamings fizeram crescer a ideia de uma leveza no escapismo do cotidiano tão áspero. Pelo menos, era assim que eu imaginava. Pensava em assistir o novo filme dos Vingadores; discutir que gosto desse novo Superman, mas preferia o antigo ou qual série tem mais impacto na cultura pop.

Para mim, a cultura nerd seria a celebração das igualdades e diferenças, mas depois de alguns meses observando o comportamento de algumas pessoas...

Aquilo que poderia ser encarado com leveza e brincadeira, torna-se uma arena de batalhas onde opiniões são light sabers ou garras de Wolverine contra o escudo do Capitão América ou os defletores de uma nave da frota estelar. Marvel x DC, Star Wars de George Lucas x Star Wars da Disney ou quem é o melhor Batman de todos os tempos faz emergir raiva, rancor e ódio! 

Impressionei-me ao ver pessoas cordiais, simpáticas e solicitas tornarem-se agressivas, irritadiças e "dando fora por estarem cansadas de ouvis o hater dos outros".  Isso tudo é aumentando vertiginosamente se você observar as redes sociais ou a seção de comentários de alguns sites especializados. Para piorar, percebi que eu mesmo poderia seguir o mesmo caminho... 

Claro que existe uma minoria que vê e encara tudo isso com leveza e escapismo, o que eu tento fazer, mas pelo que tenho observado, é uma minoria. 

Aquele meu encantamento inicial se foi como lágrimas na chuva.

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