quinta-feira, 24 de novembro de 2011

O clássico "do meu tempo"

Existem alguns discos que são tão relevantes que extrapolam o âmbito musical. E há vários que são chamados de clássicos, mas às vezes estamos apenas forçando a barra porque gostamos dele, achamos que são mais importantes do que são ou ganharam adeptos ao longo dos anos.

Poucos discos são ícones de uma geração e nisso acho que os anos 60 são campeões com álbuns dos Beatles (Sgt. Pepper´s e Abbey Road), Bob Dylan (Highway 61 Revisited), The Doors (The Doors), Jimi Hendrix (Eletric Ladyland), Beach Boys (Pet Sounds) e Rolling Stones (Beggar´s Banquet). Nos anos 70 temos o Pink Floyd (The Dark Side Of The Moon), Led Zeppelin (IV), Sex Pistols (Never Mind The Bollocks) e David Bowie (Ziggy Stardust), nos anos 80 é a vez de Michael Jackson (Thriller) e U2 (The Joshua Tree) só para citar alguns. Mas nenhum desses é “do meu tempo”, afinal, nasci no final dos anos 70 e durante os 80 eu era uma criança.

O clássico da minha época é o Nevermind, o disco mais importante dos anos 90 e nem adianta os fãs do U2, Guns’N´Roses ou Pearl Jam reclamarem. No Brasil, chegou quando a geração do rock dos anos 80 estava se perdendo e o axé, pagode e forró eletrônico começavam a se tornar onipresentes.

Lembro que a primeira vez que vi o clip de Smells Like Teen Spirit fiquei impressionado com aquela bateria limpa; a guitarra pesada, mas melodiosa e o vocal agressivo de Kurt Cobain. Não havia, pelo menos para mim, uma referência para aquilo. Até a capa era diferente de tudo, um bebê pelado mergulhado numa piscina. Os meses passam e conheço o belo clip de Come As You Are e depois o escracho de Lithium. Ainda viriam In Bloom e a belíssima Polly. O disco ainda tem Breed, Territorial Pissing, Drain You, Lounge Act, Stay Away, On A Plain, Something In The Way e Endless, Nameless. Eu não tinha dinheiro pra comprar o LP e CD era ainda ficção-científica. Só me restavam às rádios e a MTV.

Nevermind marcou no seu lançamento e nos anos seguintes. A banda nunca conseguiu igualar o feito, mesmo que tentasse com o In Utero que possui bons momentos e se despediu com o fantástico MTV Unplugged In New York. Kurt Cobais se matou, Dave Ghroll montou o Foo Fighters e Krist Novoselic caiu no ostracismo

O Nevermind é meu o clássico contemporâneo. Eu vi ser lançado, ouvi quando ninguém ainda sabia o que seria, e segui pela adolescência e vida adulta. Vez por outra, ainda o escuto e me recordo do meu quarto de pré-adolescente cheio de fotos dos Beatles nas paredes.

Recentemente, adquiri a versão deluxe com bônus e uma embalagem caprichada. Mas a edição em CD que possuo há mais de uma década, ficará guardada como uma recordação. Eu cresci com um clássico, talvez o último. Um clássico do meu tempo e que me acompanhou durante vinte anos.

4 comentários:

  1. Sid, primeiro, parabéns pelo novo template. Fundo branco é uma marca dos grandes sites. É mais fácil e agradável para ler. O blog ficou bom pra caramba. Falta criar um logo pro blog e colocar no "favicon" para aparecer no navegador. Quanto ao post, o grande disco do Nirvana me diz muito, mas não o coloco no mesmo patamar que vc. Obviamente, essa é uma análise, como todas, subjetiva.
    Abraço!

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  2. Ed, valeu pelas palavras. Fazia tempo que queria mudar a cara do blog, mas hj parei pra ver isso... Quanto a logo, eu não sei fazer, hehehe e nem sei o que é favicon (acho que sou um blogueiro que não sabe mexer muito bem em blog)... Eu acho que o Nevermind é o clássico dos anos 90, mas em qualidade ele não se iguala aos clássicos dos anos anteriores... Isso talvez mostre como os últimos 20 anos foram fracos em se tratando de rock´n´roll... Abraços!

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  3. E eu, fico impressionada como o tempo passa rápido e um disco que foi lançado "ontem" já é uma clássico. Como diz Tony Neto (o meu marido): "O tempo passa rápido depois que passa." Ficou ótimo o blog, e para mim já é leitura habitual. Abraços!

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  4. Anna, eu fiquei surpreso ao ler uma reportagem sobre os 20 anos do Nevermind porque eu lembro de tudo, quando foi lançado, os comentários sobre ele, as entrevistas, os clips... e tudo isso foi há 20 anos!!! Muito obrigado pelas palavras, fico feliz que tenhas gostado, volte sempre! Abraços!

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