Viver dois anos em outro país à princípio pode parecer
fácil, mas não é. Listar as dificuldades e as descobertas é um clichê. Então
vou tentar fugir disso... Na verdade, Québec me parece algo tão longe, tão
distante, tão ermo... No meu cotidiano, é como se eu nunca tivesse vivido lá.
Há momentos que eu até duvido da minha memória. Sei lá, pode ser um desses
sonhos que são reais até a gente acordar...
Mas há uma coisa - na verdade duas - que me colocam
diretamente em Québec e na vida que eu vivi:
as músicas de Stéphanie Dosen e Sufjan Stevens, dois artistas que não se
parecem muito - a não ser pela emoção que imprimem em suas músicas. Por ironia,
talvez, a primeira eu conheci em Petrolina, a segunda, em Salgueiro.
Basta ouvir All Delighted People e lá estou eu voltando pra
casa depois de um dia trancado em uma sala da Université Laval numa noite fria
de chão branco. Basta We have been lost tocar e eu estou andando pelo Plains de
Abraham numa tarde fria de primavera. Heirloon começa e eu volto às noites tão
difíceis de quinta em 2013. Lakes of Canada começa e eu me vejo pelas ruas de
Ste-Foy... é impossível listar todas as músicas, lugares e sensações...
Eu vejo fotos, eu converso com os amigos que lá fiz... Eu até reencontro as pessoas, mas nada é mais impactante que as músicas... Há um ano eu regressava ao Brasil e Quebec ficou "nas vozes" de Sufjan e Stephanie.
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