quarta-feira, 21 de maio de 2014

Portenhos, parisienses e cariocas

- Quem fala assim são os portenhos, nós não queremos falar como eles. Definitivamente, não!

- Ah, detesto esse tipo de comportamento. Isso aí é em Paris, em Nantes não é assim... Na verdade, para os parisienses eu sou uma camponesa. Não vejo problema nisso, se não fosse dito de maneira pejorativa.

- O Brasil não é um país de samba, praia, futebol e mulheres dançando. Essa visão não nos representa.

A primeira frase foi dita por uma argentina, a segunda por uma francesa e a terceira é exaustivamente dita por mim!

De onde vem a reputação que alguns países tem? O argentino metido, o francês arrogante e o brasileiro festeiro?

Percebo, morando fora do país, que a imagem do brasileiro é deturpada e quase sempre associada à uma caricatura do carioca do século passado. E por mais que muitos brasileiros não concordem e não reforcem essa imagem, pensam parecido quando falam de outros estrangeiros. Buenos Aires e Paris são capitais de países com forte diversidade interna. Quem já viveu em qualquer metópole sabe o que é conviver com poucos sorrisos, muita pressa e grande oferta de diversão. Mas daí a pensar que isso representa um país é, no mínimo, uma generalização grosseira. Nisso, somos muito mais parecidos que diferentes. 
Há um tempo que penso que a "identidade" brasileira é muito mais carioca do que de fato brasileira. Em um dado momento (que não sei precisar) tudo que era carioca tornou-se nacional e o que não era, recebeu o rótulo de regional. Isso persiste até hoje, ou não seria o forró um estilo musical regional enquanto a bossa nova é nacional?

Transpondo para outros países, precisamos fazer um exercício constante de não generalização e buscar conhecer mais os outros.

Aprendi que o argentino não é o portenho, o francês não é o parisiense e o brasileiro não é o carioca. E eu não sei o que são...

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